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Alexei Navalny, profeta em sua terra?
Vítima de uma tentativa de envenenamento, o opositor russo Alexei Navalny está hoje atrás das grades. Pedindo sua libertação, as chancelarias ocidentais se preparam para adotar novas sanções. Já o Kremlin não pretende ceder em nada às pressões ocidentais, que qualifica de ingerências; contudo, monitora as consequências do caso no interior do país

Alibaba, uma epopeia chinesa
Por meio da coleta de dados pessoais de clientes e do idílio com o regime chinês, o grupo Alibaba se tornou um poderoso player global em comércio eletrônico, finanças on-line e saúde. Agora, Pequim começa a perceber sua dependência em relação ao conglomerado e conta com a crescente desconfiança da população em relação ao seu fundador, Jack Ma

O Ícaro e a impossível democracia latino-americana
Muitos cidadãos latino-americanos irão às urnas este ano. Eles votarão para eleger presidentes, como no Peru e no Chile, ou para renovar parlamentos, como no México e na Argentina. Após os progressos dos anos 2000, entretanto, alguns países passam por um preocupante retrocesso democrático. Estariam as populações do subcontinente condenadas aos desvios autoritários?

“Somos todos gregos”
Há dois séculos, em março de 1821, os gregos levantaram-se para acabar com a dominação otomana. Com oito anos de duração, essa guerra de independência fascinou diversos intelectuais europeus. Alguns, como o poeta Lord Byron, decidiram até juntar-se aos combatentes. Como explicar tamanho entusiasmo?

Os dentes dos pobres
Segundo levantamentos em cursos pré-primários da França, um quarto dos filhos de operários tem cáries não cuidadas, contra apenas 4% dos filhos de executivos, disparidade que aumenta na idade adulta. Os pobres são condenados a dores atrozes, a dificuldades de mastigação ou a um sorriso murcho que sabota sua vida amorosa, social e profissional

Quando a vitrine começa a rachar
Pequeno Estado da Península Arábica, os Emirados Árabes Unidos, conduzidos por Abu Dhabi, transformaram-se numa nação capaz de se projetar militarmente na região. Essa posição de tendência belicista, ilustrada por seu papel na Guerra do Iêmen, reforça o estatuto da federação como ator do mercado internacional de armamentos
Petróleo, a nova atração dos parques naturais africanos
Forçadas a realizar explorações cada vez mais caras em águas ultraprofundas, as empresas petrolíferas tentam atacar a última fronteira terrestre, onde os custos operacionais são mais baixos: parques naturais e reservas de água doce da África. Essa corrida encontra a resistência da sociedade civil e de associações no Norte. A luta, contudo, é muito desigual
GameStop, um populismo de plataforma
Em janeiro deste ano, milhares de pequenos investidores on-line coordenaram suas compras e vendas com o objetivo de aumentar os preços das ações de empresas em que grandes fundos de investimentos tinham apostado na baixa. Aplaudida da direita à esquerda, essa rebelião dos “pequenos” contra os “grandes” revela uma revolução ou um carnaval?
Monstros, utopias esmaecidas e a unidade contra a putrefação do Estado
O sistema de alianças políticas que fora conveniente, à esquerda e à direita do espectro político nacional, faliu em 2013
O “corte” unitário nesta etapa é menos diretamente classista e é mais informado pelas disputas políticas imediatas da conjuntura
Unidade, programa e bandeiras para enfrentar a crise
É urgente retomar o chamado de unidade, mas com uma pauta concreta e objetivos claros
Um novo projeto de país não é uma escolha
Caminhamos a passos largos para um aprofundamento do autoritarismo e do fechamento democrático
Uma unidade ampla democrática não exclui a necessidade de uma frente de esquerda que aponte um novo projeto de país
Para seguir em frente
A falta de tradição para formar uma frente de esquerda duradoura no Brasil vem de muito tempo
Três ilusões e o caminho da derrota: notas sobre a conjuntura
A busca a todo custo por uma frente ampla não tem lastro na realidade e está fadada ao fracasso
Agir levando em conta a diferença para criar laços democráticos
A transversalidade da tarifa zero como viabilizadora de direitos deve ganhar corpo e espaço nas propostas programáticas de derrota do bolsonarismo
Ruptura ou congelamento
O processo social não se resolve na disputa eleitoral quando não enseja a ruptura
O desenvolvimento por meio de uma causa
A unidade do campo progressista precisa estar voltada ao combate do que virou o Brasil de Bolsonaro
Diante da tragédia, o movimento negro reage, em nome da maioria
Apesar da pouca repercussão das ações do movimento negro, é deste lugar que se vê uma importante mobilização pela vida no contexto de barbárie que vivemos
A opção trágica e violenta pela não ruptura. Até quando?
Como saímos dessa encruzilhada? Vai ser um processo longo, dolorido, conflitivo e com muitas incertezas. Uma frente popular que seja apenas a reunião das lideranças dos movimentos e organizações não terá força suficiente para nos colocar em outro patamar
Consolidar a democracia para todes é urgente
Uma frente que consiga romper com as hierarquias estabelecidas para a manutenção do poder poderá ser uma ferramenta importante para a garantia do direito à vida e dos demais direitos humanos de milhares de brasileiras e brasileiros
A frente ampla é para ontem
Se a situação geral melhorar a partir de 2022 e Bolsonaro se reeleger, aumentam consideravelmente as chances de ele e seu clã se perpetuarem no poder e de que consiga colocar em prática em definitivo seu projeto autoritário a partir de um segundo mandato. Esse cenário catastrófico só poderá ser evitado com a formação de uma frente ampla
Cabe à esquerda derrotar Bolsonaro
A oposição de direita mostrou que não tem força, nem social nem de vontade, para liderar o combate ao bolsonarismo. Essa tarefa cabe ao campo popular. A relação com tais aliados pontuais e vacilantes deve ser avaliada em cada ocasião, mas o caminho não surgirá do Supremo, nem da mídia, nem do empresariado “racional”, nem do governo paulista
Por que não mudar de estratégia?
Acreditamos que a democracia precisa estar no centro das reflexões e das estratégias da esquerda. Essa prioridade não é nova em nossa história e marcou a experiência virtuosa de construção do PT. Com esse horizonte, defendemos tanto a Frente de Esquerda para as eleições de 2022 como a Frente Ampla para as mobilizações que precisamos construir desde já
A juventude de Myanmar desafia a Junta Militar
Com medo de perder seus privilégios, os militares de Myanmar tiraram do poder e prenderam os dirigentes eleitos. Aung San Suu Kyi está sendo processada pela “importação ilegal de walkie-talkies” e por “desrespeito à lei sobre desastres naturais”. Três semanas após o golpe e apesar da repressão, a população continua a se manifestar em todo o país
Patentes, obstáculo à vacina para todos
Mesmo que tenham chegado às vacinas contra a Covid-19 graças a rios de dinheiro público, as companhias farmacêuticas as vendem a quem paga mais. No máximo, aceitam reservar as doses às suas nações de origem. E se os governos impusessem o fim da propriedade intelectual, de modo que os países que podem produzissem para os demais?
Um jornalismo de guerras culturais
O justo meio-termo já não funciona. Ontem dependente do filão publicitário, a imprensa moderada buscava um público de massa e lisonjeava-o simulando objetividade. A receita mudou. Agora, a mídia prospera alimentando guerras culturais junto a públicos polarizados e mobilizados. Para o bem ou para o mal, e sob o olhar vigilante, por vezes sectário, de seus próprios leitores
Como Trump e a mídia devastaram a vida pública norte-americana
As reações que a invasão do Capitólio por partidários de Donald Trump em janeiro ainda provoca e a vontade deste de seguir ditando os rumos do Partido Republicano parecem indicar que o ex-presidente continua obcecando a imprensa. Esse jogo perverso envenena a vida pública norte-americana há cinco anos
A autonomia como projeto
Nunca em nossa história a questão da autonomia teve tanta importância como agora. Autonomia de um poder popular em construção. De múltiplas vozes que se insurgem contra as distintas formas de dominação e de discriminação. Esse poder nasce no conflito, nas disputas pela riqueza produzida na sociedade, nas disputas pela remuneração do trabalho, nas disputas pelos recursos para combater a pandemia, para obter as vacinas. São os motoboys, os motoristas de Uber, os caminhoneiros, os funcionários públicos atuantes na área de saúde, os trabalhadores que perderam seus empregos, as favelas que se insurgem contra o terror imposto pelas polícias militares, os negros que enfrentam o genocídio, as mulheres vítimas da opressão patriarcal.